domingo, 21 de março de 2010

Golpes virtuais

FBI destaca os principais golpes virtuais que afligiram os residentes dos EUA durante o ano de 2009; aprenda com eles a se defender de arapucas.

Os golpes online continuam a ser uma das maiores praga da internet, revela um relatório sobre crimes digitais divulgado pelo FBI, a polícia federal americana, na sexta-feira (12/1). O resultado - que inclui os principais golpes de 2009 nos EUA, mas que se aplica aos internautas de todo o mundo - sugere que não há limites para a imaginação desses criminosos.

“Os números contidos no relatório indicam que os criminosos continuam a tirar proveito do anonimato proporcionado pela internet. Eles também têm desenvolvido métodos cada vez mais sofisticados de enganar consumidores. O crime na internet está evoluindo para formas com as quais nem poderíamos imaginar cinco anos atrás”, disse, no relatório, o diretor Donald Brackman, do Centro Nacional de Crimes de Colarinho Branco (NW3C).

O total anual de queixas de crime relatadas ao Centro de Queixas de Crimes na Internet (IC3), órgão resultante de parceria entre o FBI e o NW3C, aumentou 667,8% entre 2001 e 2009.

Local de origem
O IC3 também fez um levantamento do local de origem do fraudador, com base em informações fornecidas pela vítima, nos casos em que os dados eram disponíveis.

Segundo esse ranking, 65,4% dos fraudadores em ação nos Estados Unidos são residentes no próprio país; 9,9% são do Reino Unido, 8% da Nigéria, 2,6% do Canadá e 0,7% da Malásia.

De acordo com o FBI e o site do IC3, entre os golpes mais populares de 2009 estão o do atirador, o de consulta astrológica, os golpes econômicos, os de sites de empregos e os pop-ups maliciosos com propaganda de software antivírus falso.

Confira os detalhes de operação de cada um deles - e evite ser pego em armadilhas como essas.

1.Pop-up malicioso
Um dos golpes mais sujos envolve a exibição de anúncios pop-up maliciosos para software antivírus inócuo. As vítimas disseram ter sido expostas a anúncios que alertavam sobre a existência de vírus ameaçadores ou de algum conteúdo supostamente ilegal em seus PCs. Ao clicar nos pop-ups falsos, as vítimas estavam, sem saber, baixando código malicioso.

Essas vítimas eram convencidas a comprar software antivírus para arrumar seus computadores, mas em alguns casos isso resultava na instalação de vírus, trojans e programas de captura de senha em seus micros. Tentativas de contatar as empresas de software antivírus eram malsucedidas.

O IC3 recomenda aos usuários que virem essas advertências pop-up falsas que fechem seus browsers ou desliguem seus PCs imediatamente para, mais tarde, efetuar uma busca antivírus para ver o que aconteceu. Segundo o FBI, esses golpistas faturaram mais de 150 milhões de dólares no ano passado.

2.Atirador online
O golpe do atirador “online”, que ameaça matar o destinatário da mensagem caso não receba milhares de dólares, ainda está vivo em milhares de e-mails. Segundo o FBI, duas novas versões do esquema começaram a aparecer em julho de 2008. Um instruía o destinatário a ligar para um número de telefone contido na mensagem; o outro dizia que o destinatário ou alguém que ele ama seria seqüestrado a menos que um resgate fosse pago.

Os destinatários eram orientados a responder por e-mail em 48 horas. O golpista então fornecia a localização de uma agência de transferência de dinheiro, cinco minutos antes do fim do prazo, e ameaçava fisicamente a pessoa se o resgate não fosse enviado em até 30 minutos.

Informações que identificavam a vítima eram incluídas no e-mail, para dar a aparência de que o golpista realmente conhecia o destinatário e seu endereço, afirma o FBI. Em alguns casos, nomes, cargos, endereços e números de telefone de agências do governo, de executivos ou de informações pessoais da vítima são usados na tentativa de tornar a fraude mais autêntica, explica o FBI.

As vítimas deste golpe são geralmente instruídas a enviar o dinheiro via Western Union ou Money Gram para um receptador no Reino Unido.

3.Bolsa-crise
Uma economia em crise abre oportunidade para fraudes. Esta envolvia chamadas não solicitadas a respeito de “verbas de estímulo do governo”. O IC3 recebeu diversas queixas de vítimas que recebiam ligações telefônicas não solicitadas, com uma mensagem gravada. A voz da mensagem parecia-se com a do presidente Barack Obama e citava supostos fundos governamentais de ajuda, disponíveis para aqueles que se enquadrassem em algumas regras.

As vítimas eram avisadas de que a oferta estaria disponível apenas por tempo limitado, e eram instruídas a visitar sites como www.nevergiveitback.com ou www.myfedmoney.com para receber o dinheiro.

Esses sites exigiam, da vítima, o fornecimento de informações de dados pessoais. Depois, elas eram levadas a uma segunda página, para receber a notificação de enquadramento nos critérios do programa. Depois de completar o pedido online e pagar 28 dólares em “taxas”, as vítimas recebiam uma mensagem que garantia a elas o recebimento de grandes quantias de verbas de estímulo, mas isso nunca acontecia, afirma o FBI.

4.Astrólogo de araque
De acordo com o FBI, esse tradicional golpe ressurgiu online, na forma de uma vítima que recebe spam ou mensagens de pop-up oferecendo consultas astrológicas gratuitas. A vítima deve apenas fornecer sua data e local de nascimento para receber a consulta.

Depois da consulta, no entanto, a vítima é levada a comprar uma leitura completa, com a promessa de que algo que lhe é favorável está para acontecer. A vítima paga pela consulta completa sem nunca recebê-la, e a maioria das tentativas de contatar o “astrólogo profisional” via e-mail resulta na mensagem “impossível de entregar”, afirma o FBI.

5.Emprego de mentira
Lado a lado com os golpes econômicos estão os golpes que prometem emprego online, em vagas de trabalho em pesquisa e ou a partir de casa. No golpe de trabalho a partir de casa, as vítimas são atraídas por conta de uma variedade de vagas, de gerentes de pessoal a compradores secretos.

As vítimas são levadas a fornecer ao fraudador suas informações pessoais, com a promessa de salários-hora acima da média ou do pagamento de centenas de dólares por semana. Para algumas vítimas, o golpista chega a prometer o envio do hardware e do software necessários para efetuar o “trabalho”.

Esses sites podem ser tão convincentes que as vítimas frequentemente são levadas a descontar cheques e ordens de pagamento enviados pelo correio, para depois reenviar uma parte do dinheiro por meio de seus cheques pessoais, dinheiro e ordens de pagamento para uma terceira parte, agindo como laranjas.

Nos golpes relacionados a pesquisas, os fraudadores publicam anúncios que convidam à participação em uma pesquisa relacionada à relação entre empregado e empregador durante a atual crise econômica. Os que se inscrevem são solicitados a enviar uma cópia de seu comprovante de salário como prova de que estão empregados.

No entanto, depois de enviar a cópia, a vítima nunca mais ouve o fraudador novamente. Mais tarde, a conta do empregador é subtraída de milhares de dólares por meio de cheques fraudulentos, diz o FBI.

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