sábado, 30 de abril de 2011

O SINTERO E (É) O GOVERNO ?!?!


O SINTERO E (É) O GOVERNO ?!?!


No SINTERO, isso jamais aconteceu, tanto que, em 22 anos, teve apenas cinco presidentes. E quatro deles até hoje estão na Executiva. Apenas está fora o atual prefeito da capital do estado, por razões óbvias. Muito contraditório que eles chamem de ditadore


Na última quarta-feira, em Porto – Velho ocorreu um encontro histórico dos trabalhadores da educação de Rondônia. Dizer que o encontro foi histórico talvez seja muito pouco para o que foi registrado na ocasião. Ali estavam presentes mais de 2.000 filiados ao SINTERO, além de diversos membros da Executiva Estadual do citado sindicato. 

Até aí, tudo bem! Não há nada de anormal registrar que em um encontro sindical estavam seus dirigentes e filiados. Mas o inusitado ficou por conta dos discursos ali proferidos. De um lado, militantes antigos do sindicato defendiam de modo muito claro a política salarial proposta pelo governador Confúcio Moura, em detrimento dos direitos de milhares de filiados no estado inteiro e frustrando os sonhos de muitos que lutam com salários baixíssimos e que trabalham em condições precárias e sem nunca receber a visita de um dirigente do SINTERO. 

De outro, muitas pessoas ficaram petrificadas de ver gente como a vereadora Marlileth, do PT de Guajará – Mirim tentando, de modo muito incisivo, convencer as pessoas de que o confuso governador tem razão. Claro que muitos leitores não sabem quem é a vereadora aqui citada, mas ela tornou-se conhecida no estado quando, muito recentemente, no ano passado, tentava impedir os alunos das escolas de Guajará Mirim entrarem para as aulas, numa atitude muito parecida com seu perfil. Até podemos considerar que ela tinha razão, pois o governo de Cassol era péssimo. 

Aliás, foi Cassol que mandou prender a vereadora Marileth justamente porque ela pregava de forma dura o direito legítimo de greve. Curiosamente não foi isso que vimos na última participação da sindicalista e vereadora, pois ela protagonizou o maior coro de vaias que foram dadas aos atuais dirigentes do SINTERO. 

Mas temos que levar em conta que direito é direito, como pregavam dirigentes do SINTERO anos atrás. Infelizmente parece muito contraditória a história de um sindicato onde os mesmos dirigentes se alternam há mais de 20 anos no poder, sem mudar as caras. Esses tais dirigentes já chamaram de ditadores governantes como Jerônimo Santana, Osvaldo Piana, Valdir Raupp, José Bianco, Ivo Cassol, José Cahula e alguns assessores ou asseclas desses ex-governadores. Entretanto, é muito importante ressaltar que os governadores passaram pelo cargo e foram embora…

No SINTERO, isso jamais aconteceu, tanto que, em 22 anos, teve apenas cinco presidentes. E quatro deles até hoje estão na Executiva. Apenas está fora o atual prefeito da capital do estado, por razões óbvias. Muito contraditório que eles chamem de ditadores pessoas que nunca se perpetuaram no cargo. 
O comentário feito acima não tem a menor pretensão de defender qualquer um dos ex-governadores, mesmo porque criaram muitos problemas para o estado e devem ficar longe do cargo. Do mesmo modo, elogiar as ações do atual governo ou defender é muito difícil. Um governo covarde e partidarizado, onde imbecis são colocados em determinados cargos para cooptar pessoas que têm ou deveriam ter o dever sindical. 

Vejo com muita tristeza o fato de dirigentes do SINTERO se colocarem contra os interesses da própria categoria para massagear o ego governista. Alguns, ao usar a palavra, produzem verdadeiras teses sobre economia e finanças, em defesa do atual governo e pregam que tudo é culpa de Cassol; mas nenhum deles tem a coragem de dizer aos filiados que os recursos do estado e da educação praticamente dobraram no atual governo. Se faziam confusão antes, com menos arrecadação e menos repasses, por que hoje adotam o discurso “paz e amor”? Muito estranho isso!!! 

Outra coisa que precisamos debater e refletir é o fato de que esse pessoal nunca apresenta uma prestação de contas de seus atos financeiros, fato que até poderia levar alguém a pensar que os recursos advindos da contribuição sindical não usados totalmente como deveriam ser. Isso também daria uma tese de mestrado. 

De todo modo, a participação das centenas de filiados na assembléia realizada em Porto –Velho foi muito importante, pois muitos colegas não tinham participado em outras ocasiões. Diversas coisas foram esclarecidas por outros filiados que não estão na Executiva, mas atuam com determinação em defesa dos contribuintes do SINTERO. 

Sendo assim, vamos ver até quando os diretores do SINTERO irão conseguir convencer aqueles que ainda ouvem seus desgastados discursos de forma passiva ou pacífica. Certamente que alguns dirigentes do SINTERO nem lembram mais o que é uma sala de aula, de tanto tempo que estão longe das escolas, e por isso fazem pouco caso e partidarizam as idéias.

Para finalizar, declaro aqui meu ponto de vista a favor da democracia, não a democracia pregada pela atual executiva do SINTERO, aquela onde só se pode ver os erros que convém. Refiro-me a outra democracia, aquela que prega que devemos ser tolerantes e respeitar as opiniões, ainda que essas opiniões sejam dadas de modo contraditório, como é o caso de um dirigente sindical discursar com veemência contra seus dirigidos e em defesa de um governo que apenas assina compromissos, mas que não cumpre, como é o atual governo e da atual Executiva do SINTERO com a qual Confúcio Moura deve está muito feliz…Tenho dito!!

FRANCISCO XAVIER GOMES Professor da Rede Estadual e filiado ao SINTERO
Texto copiado daqui, na íntegra, grifos meus. 

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